No meio da pandemia, como não podia viajar, nem mesmo pelas ruas do meu bairro, apelei para a memória e viajei pelas recordações. Comecei a rever algumas fotos do mochilão pela América do Sul e de outras viagens. Até que me deparei com essa foto de um painel no memorial Chico Mendes em Rio Branco (AC).
Neste singelo painel está transcrito um bilhete escrito pelo próprio Chico, em 1988 (ano de seu assassinato). Sua carta é uma previsão futurística que faz uma projeção para 2020. Além de um sonho. Uma utopia. Porém, que parece ser tão real e necessária.
O sistema que vivemos dá sinais claros de colapso. Desde que nasci, em 1990 (dois anos após o assassinato de Chico), até hoje, só vejo, ouço e vivencio as mazelas dessa sociedade. Claramente, já passamos do limite. É impossível suportar essa lógica de acúmulo de capital e exploração dos trabalhadores por mais tempo.
Urge a necessidade de mudanças drásticas, de uma transformação profunda na sociedade. Se não for exatamente uma "Revolução Socialista Mundial" sonhada por Chico, que seja algo tão grandioso quanto, que possa mexer nas estruturais econômicos sociais no sistema vigente. Que seja uma Revolução para transformar o mundo em um lugar mais humanitário e que tenha justiça social. Que trabalhadores tenham melhores condições.
Que seja uma Revolução que promova a inclusão social daqueles que são marginalizados. Que não existam bilionários enquanto tem gente passando fome. Que não existam mansões, enquanto tiver pessoas sem teto. Que termine a escravidão do capital. Que fique para trás a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte.
E se isso não acontecer, pelo menos...terei o prazer de ter sonhado, igual ao Chico!
Abaixo o bilhete do Chico Mendes:
"Atenção jovem do futuro:
6 de setembro do ano de 2120, aniversário do primeiro centenário da revolução socialista mundial, que unificou todos os povos do planeta num só ideal e num só pensamento de unidade socialista, e que pôs fim a todos os inimigos da nova sociedade.
Aqui fica somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte.
Desculpem. Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos que eu mesmo não verei. Mas tenho o prazer de ter sonhado.”
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