Para os mais apaixonados, cancerianos, últimos românticos um namoro já seria considerado a distância se a pessoa não dividisse o mesmo teto. Afinal, estariam separados por algumas casas, ruas ou bairros. Porém, namorar à distância de alguns quilômetros é uma escolha que apenas os fortes conseguem fazer. Porque os desafios são maiores, assim como a saudade que só aumenta, e começa logo que a pessoa amada começa a fazer o caminho de volta. Mas, o que seria namorar a distância?
Namorar a distância é desafiar a lógica, pois é viver em dois lugares ao mesmo tempo, com o corpo em um lugar e com o coração no outro. É separar corpo e alma e estar em dois lugares simultaneamente. É desejar que inventem mesmo o teleporte, para poder ver logo a pessoa amada. É olhar horários de ônibus e lamentar por não ter um horário mais tarde da volta e um mais cedo da ida. É esperar dias para ver, novamente, a pessoa amada, e no começo e final da visita dela, ou da sua visita a ela, falar para si mesmo VALEU A PENA. É valer a pena viajar por horas, atravessar cidades e estados só para ver aquele sorriso que dá cor ao mundo.
É escrever beijo por mensagem, quando na verdade deseja beijar suavemente os lábios da pessoa amada. É falar boa noite por telefone, quando na verdade você deseja deitar na mesma cama, envolver em seus braços e dormir junto com sua amada. É dizer “Eu te amo” por Skype, quando tudo que você mais queria era dizer o mesmo, mas não olhando para sua imagem no computador, mas olhando nos olhos dela. Os olhos mais lindos do mundo que trazem paz ao seu espírito.
É fazer com que a palavra saudade seja uma constante na sua vida, é chorar a cada despedida e sorrir a cada reencontro. É confiar um pouco a mais, é amar um pouco a mais. É viver esperando pelo dia que a distância que separa seus corpos seja nula, assim como é a distância que separa seus corações, que andam inseparáveis unidos pelo Amor. Namorar a distância é viver com o pé na estrada, com a cabeça longe, com o corpo aqui e com coração lá.
** Texto de 2014