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Foto do escritorLeonardo S. Paduan

O BRASIL É ÁFRICA. O BRASIL É NEGRO. O BRASIL AINDA É RACISTA.

Atualizado: 2 de fev. de 2023


Corre pelas nossas veias o sangue negro, o sangue africano. Desde sempre aprendi que o Brasil é um bem bolado, uma concha de retalhos de diversos povos: africanos, indígenas e europeus. Somos a perfeita miscigenação. Porém, nossa história é contada apenas por um lado e muitas vezes o brasileiro se esquece de suas origens.

O sistema educacional, falho, nos conta detalhadamente a história do homem branco. Conhecemos Cabral, Dom João, Dom Pedro, Princesa Isabel e tantos outros brancos que fizeram partes de nossa histórias. Os livros tem páginas e páginas da história do "branco" e apenas notas de rodapé do negro. Como se a cultura afro não fosse tão importante para o nosso país, e não estivesse presente no nosso cotidiano.

O afro está no prato: é feijoada, acarajé, caruru, vatapá e moqueca. O afro está na música e na dança: é samba, maracatu, carimbó, maxixe, maculelê, afoxé, agogô, atabaque, berimbau e tambor. A cultura afro está presente em tudo, no nosso cotidiano, no vocabulário. A cultura negra tem grandes expoentes: Milton Nascimento, Gilberto Gil, Machado de Assis, Lima Barreto, Cartola, Djavan e tantos outros que não cabem nesse texto. E mesmo assim, pouco se fala da cultura afro. Pouco espaço é dado na sala de aula e nos meios de comunicação.

As marcas da escravidão ainda estão cravadas na pele. A abolição tardia, aconteceu só em 1888. Ou seja, nem 130 anos ainda. E mesmo com o fim da escravatura a população negra ficou a margem da sociedade. A luta que começou lá atrás com Zumbi, continuava e continua. Somente em 1951, com a Lei Afonso Arinos, foi proibida a discriminação racial. Esse foi o código brasileiro a incluir entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito referente a cor da pele.

Em 2010, mais um avanço, com o Estatuto da Igualdade racial. Essa lei é formada por um conjunto de regras e princípios jurídicos que visam a coibir a discriminação racial e a estabelecer políticas para diminuir a desigualdade social existente entre os diferentes grupos raciais. Mesmo assim, os negros e negras continuando nesta luta secular para buscar equilibrar essa desigualdade social, que ainda é abissal nessas terras tupiniquins.

Segundo o Atlas da Violência 2017, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças. Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Sem contar os dados de desemprego, analfabetismo e população carcerária. Todos esses apontam para essa absurda desigualdade social e as mazelas com a população negra.

Hoje, o mínimo que podemos fazer é refletir sobre essa desigualdade estrutural do nosso país. Buscarmos eliminar os preconceitos ainda existentes no Brasil. O que aprendemos nesse dia de reflexão devemos levar para todos os dias. Para tentarmos alcançar as mudanças necessárias. Que a cultura do negro seja inserida nas escolas, no mercado de trabalho, nas universidades, pois o negro(a) faz parte do povo brasileiro. A luta de Zumbi, Dandara dos Palmares, João Cândido e tantos outros, jamais será em vão. Viva os negros e negras do Brasil!



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